18 novembro 2014

Opinião: As Fadas de Edimburgo (Elizabeth May)

Editora: Planeta (2014)
Formato: Capa mole | 384 páginas
Géneros: Romance hist., Fant. urbana, Lit. Juv./YA, Ficção cient.
Sinopse: "Lady Aileana Kameron, a única filha do marquês de Douglas, estava destinada a uma vida cuidadosamente planeada em torno dos encontros sociais de Edimburgo - até ao dia em que uma fada assassina a sua mãe. Está determinada a encontrar a fada que lhe matou a mãe e, pelo caminho, vai destruindo todas aquelas que se alimentam dos humanos nas muitas ruelas escuras da cidade. O equilíbrio entre as exigências da alta sociedade e a sua guerra privada é, porém, delicado e, quando um exército de fadas ameaça destruir Edimburgo, ela tem de tomar algumas decisões. O que estará Aileana disposta a sacrificar?"
Já estou sinceramente a ficar farta de escrever opiniões más e “assim-assim”. Ok, eu adoro uma boa sessão de criticismo, especialmente quando o livro não me cativou e/ou chateou mas tudo o que é demais enjoa.

Acho que é esta uma das razões pelas quais não me tem apetecido escrever opiniões. Entre outras, claro, mas esta é importante.

As Fadas de Edimburgo, o primeiro livro de uma nova série “Young Adult” (ou juvenil), é uma mistura de romance histórico e de fantasia urbana. A protagonista, Lady Aileana Kameron é filha de um marquês e depois de uma ocorrência trágica em que a sua mãe morre às mãos de uma fada, Aileana alia-se, não sabemos bem como (nunca nos é explicado) a uma fada chamada Kiaran (um gajo bom e uma fada poderosa) para caçar, todas as noites, fadas malignas como a que matou a sua mãe. Estranhamente, no meio disto tudo, Aileana consegue fazer amizade com um duende (como são chamadas aquelas fadas tipo Sininho neste livro).

Ao mesmo tempo, Aileana tem de manter a sociedade, os seus amigos e o seu pai no escuro acerca das suas atividades.

Ai por onde começar? Talvez pelo conceito. Sim, este livro tem um bom conceito porque a) tem fadas (fae ficaria bem melhor, no entanto), b) steampunk e c) heroína kick-ass!

Mas não resultou porque… a autora falha redondamente tanto na caracterização, como no desenvolvimento do mundo.

Vejamos:
Esta Inglaterra de meados do século XIX parece ter algumas invenções e desenvolvimentos tecnológicos que não existiram realmente. Mas temos alguma razão para isto? Não, não nos é dada qualquer explicação sobre o surgimento de tudo isto. Ok, este é um livro juvenil, mas mesmo assim…

As fadas são seres que se alimentam da energia dos humanos. Mais do que isto, não se sabe. A caracterização destas personagens, tanto enquanto indivíduos como enquanto raça sobrenatural é escassa e a que há, pouco interessante. Porque é que as fadas querem sugar a energia dos humanos? Como eram vistas antigamente? Como estão organizadas? Nada disso se sabe.

Kiaran: é um verdadeiro estereótipo. Diz que não é humano mas comporta-se como tal. Não mostra assim muita emoção, mas isso não o torna diferente dos humanos, apenas um idiota. Não dá para ver como é que passou de ser completamente indiferente a "amar" a protagonista.

Aileana: apesar de ser uma heroína que dá porrada nos mauzões, não gostei particularmente dela. Para já é demasiado perfeita: bonita, rica, sabe construir coisas, etc. E claro que tinha de ser uma "escolhida" super, hiper, mega especial, uma "Falcoeira". Depois é demasiado convencida e antipática.

O romance pareceu-me ter pouco brilho e ser pouco realista. Apesar de Aileana e Kiaran terem “discussões” (nem lhes chamo debates com espírito, porque para isso seria necessário que houvesse conversa espirituosa), nunca senti nenhuma faísca entre os dois.

O enredo está mal desenvolvido, primeiro que tudo porque começamos logo a meio e certas coisas (muitas) não nos são explicadas. As relações entre as personagens já estão estabelecidas e são-nos explicadas através de flashbacks confusos. A história é bastante simplista e pouco interessante no geral.

No geral, uma leitura rápida mas menos intrigante do que previa. Gostaria que a história e as personagens tivessem sido melhor desenvolvidas e que os protagonistas não fossem tão... pouco interessantes.

2 comentários:

Pedacinho Literário disse...

Hmmmm... Confesso que esta tua opinião deixou-me assim de pé atrás em relação a este livro - o que é traumático para mim uma vez que faz parte dos quatro livros que decidi trazer comigo de Portugal. Ai ai... O conceito parece tão giro! É uma pena que o sumo não seja tão bom assim. :(

slayra disse...

Sinceramente, o melhor mesmo é ler... sou eu que ando com pouca paciência para YA.