01 julho 2014

Opinião: O Marciano (Andy Weir)

O Marciano by Andy Weir
Editora: Topseller (2014)
Formato: Capa mole | 384 páginas
Géneros: Ficção científica
Descrição: "Há exatamente seis dias, o astronauta Mark Watney tornou-se uma das primeiras pessoas a caminhar em Marte. Agora, ele tem a certeza de que vai ser a primeira pessoa a morrer ali.
Depois de uma tempestade de areia ter obrigado a sua tripulação a evacuar o planeta, e de esta o ter deixado para trás por julgá-lo morto, Mark encontra-se preso em Marte, completamente sozinho, sem perspetivas de conseguir comunicar com a Terra para dizer que está vivo.
E mesmo que o conseguisse fazer, os seus mantimentos esgotar-se-iam muito antes de uma equipa de salvamento o encontrar.
De qualquer modo, Mark não terá tempo para morrer de fome. A maquinaria danificada, o meio ambiente implacável e o simples «erro humano» irão, muito provavelmente, matá-lo primeiro.
Apoiando-se nas suas enormes capacidades técnicas, no domínio da engenharia e na determinada recusa em desistir, e num surpreendente sentido de humor a que vai buscar a força para sobreviver, ele embarca numa missão obstinada para se manter vivo. Será que a sua mestria vai ser suficiente para superar todas as adversidades impossíveis que se erguem contra si?
Fundamentado com referências científicas atualizadas e impulsionado por uma trama engenhosa e brilhante que agarra o leitor desde a primeira à última página, O Marciano é um romance verdadeiramente notável, que se lê como uma história de sobrevivência da vida real."
O Marciano é um livro de ficção científica que, tal como Robopocalipse é aclamado pela crítica, tem já um contrato para um filme e... é de ficção científica.

A maioria (ou todos) poderão não se lembrar que não gostei particularmente de Robopocalipse; felizmente, as características que mencionei em cima são tudo o que O Marciano e Robopocalipse têm em comum: posso dizer que O Marciano, de Andy Weir foi uma leitura envolvente e interessante, que me lembrou um pouco do filme de 2013 com Sandra Bullock, Gravidade.

Num futuro próximo (penso eu), a NASA organiza missões tripuladas a Marte denominadas "Ares" para estudar o planeta vermelho. O nosso protagonista, Mark Watney, é um dos astronautas numa dessas expedições (a Ares 3), um botânico e engenheiro mecânico que se vê abandonado em Marte depois da equipa ter tido de fugir devido a uma tempestade de areia. Com poucos recursos, Mark tem de fazer o que é necessário para sobreviver num deserto mais mortífero do que tudo o que podemos imaginar.

Gostei. Especialmente para um livro que tem tantos capítulos que se focam numa personagem que está, literalmente, sozinho num planeta. A ciência foi, na sua maioria, percetível (e eu sou de letras), nunca se tornando, no entanto, aborrecida. Os instrumentos e ferramentas ao dispor de Mark são familiares o suficiente para que os leitores criem ligações e consigam imaginar as cenas com alguma facilidade.

Apesar de não ser um livro com um ritmo de ação alucinante, nunca se torna árido (ah! Marte. Árido. Eheh); há sempre algo a acontecer e Mark é uma personagem com um sentido de humor razoável.

Só achei que talvez o autor pudesse ter explorado mais o lado sombrio de Mark se encontrar sozinho, num planeta.

No geral, uma boa leitura. Gostei das soluções encontradas por Mark e pelos cientistas para o tentarem resgatar e ajudar a sobreviver. É um livro que, apesar de ter aquela "onda" da "pessoa presa na ilha deserta" (mas a uma escala cósmica) não se torna aborrecido ou repetitivo. As situações de perigo nunca se tornam irrealistas (apesar de serem muitas e variadas). Enfim, um bom livro de ficção científica que apelará a diversos tipos de leitores.

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