Opinião: As Mulheres de Summerset Abbey (T.J. Brown)

As Mulheres de Summerset Abbey by T.J. Brown
Editora: Noites Brancas (2013)
Formato: Capa mole | 300 páginas
Género: Ficção Histórica
Descrição (GR): "Quem se rendeu à série televivisa Downton Abbey não pode perder este livro. E todos os outros também não. Porque se ambos têm como pano de fundo os usos e costumes da época vitoriana, os jogos de poder da aristocracia britânica e um determinado estilo de vida, As Mulheres de Summerset Abbey tem muito mérito próprio.
Três jovens mulheres, uma bela propriedade rural, um lifestyle característico do início do século XX, histórias de uma amizade profunda e segredos de família são alguns dos elementos que os leitores vão encontrar neste romance de T. J. Brown.
A autora inspirou-se na mesma época retratada na famosa série de televisão para contar as histórias de Rowena e Victoria Buxton e Prudence. A história segue a vida destas três jovens, criadas como irmãs por Sir Philip Buxton. Rowena e Victoria são irmãs, Prudence era filha de uma governanta e para o lorde de Summerset isso faz com que seja apenas mais uma entre os criados da propriedade. Ainda assim, a ligação que as une é forte. 
Numa época plena de mudanças e com os primeiros sinais de uma provável guerra, As Mulheres de Summerset Abbey é um romance histórico ímpar que capta como poucos as relações entre mulheres."
Comprei este livro principalmente pela associação com a série de TV Downton Abbey. É uma série de época bastante conhecida e apesar de não a adorar acho que é bastante interessante. Na sequência da popularidade da série apareceram vários livros de ficção histórica passados na época exactamente anterior à 1.ª Guerra Mundial. Este é um deles.

Não tinha expectativas, pelo que não me senti particularmente chateada quando o livro revelou ser "nada de especial". É uma leitura agradável, certamente, e percebe-se que a autora tinha a intenção de explorar a dinâmica das diferentes classes sociais no início do século XX (um período de acentuada mudança social, geopolítica e tecnológica), mas é bastante óbvio que T.J. Brown não soube equilibrar correctamente as diversas vertentes (a luta de classes, a exploração da personalidade de três mulheres e o romance) que quis incluir no livro.

Rowena, Victoria e Prudence cresceram juntas na casa de Londres de Sir Buxton, apesar de Prudence ser filha da governanta. Mas quando o pai de Rowena e Victoria morre, dá-se uma mudança radical na vida destas três jovens; são levadas para Summerset Abbey, a casa ancestral do Conde de Summerset, o irmão de Sir Buxton. Aí, são confrontadas com uma realidade muito diferente da que estavam habituadas; os Buxton são aristocratas e orgulham-se do facto. E apesar de Rowena e Victoria serem da família, Prudence não é.
O livro explora as jornadas destas três mulheres: Rowena, dividida entre o mundo sedutor da superioridade aristocrática e a educação igualitária que recebeu; Victoria, que anseia ser mais do que é; e Prudence que se vê relegada para o papel de criada, apesar de ter sido criada como irmã das Buxon, e que sente na pele, pela primeira vez, o quão injusta é a sociedade.

O problema deste livro é ser demasiado curto. São 290 páginas nas quais a autora pretendia caracterizar três mulheres complexas que vivem uma situação complexa numa época complexa. Escusado será dizer que não funcionou. Nada é explorado a fundo, as "mulheres de Summerset Abbey" não se desenvolvem assim muito ao longo do livro (excepto, Prudence) e o romance é tudo menos verosímil.

Mesmo assim, gostei da escrita e certamente do conceito; mas gostaria que as protagonistas mostrassem mais personalidade e que a luta de classes fosse mais evidenciada.

No geral, uma leitura agradável, mas bastante mais superficial do que esperava.

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