Opinião: As Regras da Sedução (Madeline Hunter)

As Regras da Sedução de Madeline Hunter
Editora: Edições ASA (2008)
Formato: Capa Mole | 320 páginas
Géneros: Ficção Histórica, Romance
Sinopse (Edições ASA): Hayden chega sem aviso e sem ser convidado – um estranho com motivações secretas e um forte carisma. Em poucas horas, Alexia Welbourne vê a sua vida mudar irremediavelmente. A relação entre ambos é tensa, agitada e incómoda. Para Alexia, Hayden é o culpado da sua desventura: sem dote, ela perdeu qualquer esperança de algum dia se casar. Mas tudo muda quando Hayden lhe rouba a inocência num acto impulsivo de paixão. As regras da sociedade obrigam-na a casar com o homem que arruinou a sua família. O que ela desconhece é que o seu autoritário e sensual marido é movido por uma intenção oculta e carrega consigo uma pesada dívida de honra. Para a poder pagar, ele arriscará tudo... excepto a mulher, que começa a jogar segundo as suas próprias regras… 
(A edição lida está no inglês original, mas os dados bibliográficos apresentados são da versão portuguesa para tornar mais fácil a identificação da obra)

A principal característica do romance histórico (como o vejo, claro) é uma história leve de desentendimentos, paixão, amor de conto de fadas e sensualidade. Este género, também apelidado "bodice-ripper" (que pode ser entendido por "arrancar o bodice") por alguns (dependendo muito do enredo), caracteriza-se, geralmente, pela história formulaica - homem e mulher encontram-se, homem e mulher sentem-se atraídos, homem tem um passado negro e por fim, homem e mulher apaixonam-se - e um desenvolvimento bem conseguido das personagens.

Em "As Regras da Sedução", Madeline Hunter tenta fazer mais com a história (o que não é inédito no género, atenção) acrescentando várias linhas de acção em que o heroi da trama deve pagar uma dívida de honra a um amigo há muito desaparecido. A heroina faz parte da família desse amigo. Seguem-se intrigas, fraudes e mistérios a resolver, para além das usuais interacções entre as duas personagens. A história está quase sempre bem encadeada, o que é geralmente um problema com livros deste género onde acontece tudo muito depressa. Lá mais para o final, no entanto, o ritmo da acção começa a acelerar e alguns acontecimentos parecem muito precipitados.

O grande problema deste livro é que a autora, para desenvolver o enredo acima mencionado, decidiu ignorar as personagens. O desenvolvimento das personagens é de extrema importância no romance histórico uma vez que a história se centra tão fortemente nos dois protagonistas, e a obra é desapontante nesse ponto. Não vemos, ao longo do livro, mudanças de comportamento que levem realisticamente, ao final da praxe - felizes para sempre. Ou seja, as personagens são quase sempre frias e mudam pouco por isso quando os seus sentimentos um pelo outro sofrem alterações não parece muito... verosímel.

Apesar desta falha, "As Regras da Sedução" constituiu uma leitura agradável e bastante interessante - especialmente porque aprendi algumas coisas sobre as instituições bancárias de meados do século XIX. E apesar das liberdades históricas, os romances históricos são fontes de informação sobre a sociedade da época.

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